sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ISABELA

Capítulo 1 – “Eu”
Meu nome é Isabela, mas todo mundo me chama de Isa. Tenho quinze anos, o que me permite fazer absolutamente nada. Minha vida é um saco.

Capítulo 2 – “Caroline”
Minha vida não é interessante nem para mim, nem para ninguém. Por isso a história que lhe conto agora começa com outra pessoa que não. Ela se chama Caroline, linda, loira e louca (os três L que me matam de inveja).
Carol não é a mais popular da escola (pra ser bem sincera acho que a maioria das meninas a odeia). Com toda certeza, porém, ela é a mais bonita (pode ir perguntar pra qualquer garoto da nossa série ou de outra qualquer que eles vão concordar comigo. Seriam os maiores babões se ela não fosse tão fácil, juro, Ponho minha cara pra bater que todos estariam nas mãos perfeitamente feitas dela).
Como eu ia dizendo ela é loira, tingida, diga-se de passagem, mas afinal hoje em dia quem não é? Seus cabelos são quase brancos, com a raiz morena sempre aparecendo um centímetro e todo repicado acima do ombro. Seu corpo dourado do sol de Ipanema (já mencionei que vivo no Rio de Janeiro?), tem a forma digna de qualquer uma das playmates. Para acabar de vez com sua perfeição tem olhos azuis piscina, nos quais da para mergulhar literalmente.
E olha que esses foram apenas os dois primeiros Ls da garotinha. Antes de explicar sua insanidade, vamos aos milhões de fatos que se escondem em sua bolsa. Sim, estou falando do seu cartão de crédito lotado de reais que seu papai ganhou para ela. O pai mesmo, porque a mãe nasceu pobre, pobre, mas com a beleza que sua filha herdou. Teve uma vida difícil até começar a trabalhar na joalheria do seu atual marido.
A menina começou, com dezesseis anos, limpando uma das lojas. Um dos funcionários notou sua beleza esplendorosa e a chamou para ser sua secretaria. Alguns “creus” depois ele se cansou dela e a passou para o próximo. A história continuou assim até que o chefe notou que a menina não parava em nenhuma posição e teve a brilhante ideia de entrevistá-la como fazia quando alguém ia até ele para pedir um emprego, mas diferente de todas as outras vezes se apaixonou pela candidata.
Sei que não parece uma historia romântica ou bonita, mas é realista (como diria minha professora de português), e assim foi que aconteceu na vida real.
Voltando para os dias atuais quero contar a você, caro leitor (totalmente inspirada em Machado de Assis, como você que está no segundo ano do ensino médio deve ter reparado), que pelos banheiros femininos os seus finais de semana viram o maior TiTiTi (me inspirei agora na novela das 7). O que escuto me deixa com vontade de sair com ela, de ser sua amiga, bem BFF sabe? Dizem que fuma, bebe, se droga (não que eu quero nada disso), mas que acima de tudo se diverte feito uma louca (esta aí o meu terceiro e final L), sem se importar para o que os outros pensam a seu respeito. Agora você deve imaginar como uma menina que faz tudo isso e faz tudo pra todos os meninos choca as garotinhas da escolinha católica na qual estudo.
“Como ela teve coragem?”, você poderia escutar em qualquer segunda feira saindo da boca de uma menina qualquer. “E como os meninos ainda falam com ela?”, outra continuaria com o mesmo tom chocado na sua voz. Na minha opinião não é errado. Não pense que eu estou falando que qualquer uma poderia sair e se divertir como ela, mas se alguém tiver a coragem, criança, eu dou total apoio.

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