quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Capítulo 5- 'sem titulo'

Esse capítulo não tem título pois eu não sei como intitulalo. Já não bastasse eu estar contando toda a minha vida patetica eu ainda tenho que dar nome pra cada detalhe dela? (tá, desculpa eu não queria ser grossa, é que eu perdi muito tempo tentando achar o título).
Quando eu cheguei em casa depois do primeiro dia de aula eu me tranquei no quarto e chorei. Dudu veio me avisar que o almoço tava na mesa e deve ter percebido alguma coisa quando eu respondi que não tava com fome (porque eu não almoçar era uma coisa normal, eu nunca fui muito de comer). Eu ouvi uma chave abrindo a porta do meu quarto e soube de cara que meu irmão pegara a chave mestra e vinha me encher o saco.
"Mana, o que foi?", ele me perguntou.
Eu me anfundei na cama e me cobri até a cabeça com o edredom antes de gritar:"Vá embora!", mesmo sabendo que ele só queria me ajudar.
"O que que aconteceu no colegio hoje?", ele insistiu.
"Não aconteceu nada, esse é o problema. Eu sou o problema. Ter a Caroline na minha sala só piora tudo, só me faz perceber como eu sou patetica", não sai da minha cabaninha na cama enquanto falava.
"Não sei porque voce é tão apaixonada por essa menina aí. Ela não tem nada de mais, você sabe que eu sei bem, eu ja sai com ela e tudo, mas não tem nada de mais."
"Não é paixão", (eu acho que o Eduardo acha que eu sou lesbica só porque eu nunca apareci com menino nenhum), "E não é ela em si, é o fato de que ela existe no mundo e eu não. Não faço nada, entao não posso existir."
"Você quer minha ajuda? Eu já me ofereci milhares de vezes, mas você nunca me dá bola. Quer que eu te ajude a ser mais como todas as meninas da escola?"
Eu então sai de baixo do edredom e olhei para seus olhos, pensando. É verdade que ele já tinha me oferecido isso antes, mas nunca tinah levado a serio. Hoje estava disposta a mudar e ele disposto a me ajudar nesse processo. Resolvi aceitar.
"Eu quero", respondi.
Ele então em puxou pela mão, me beijou a buchecha, me levou para a mesa e almoçou comigo em silencio. Não tinha a menor ideia do que ele pretendia comigo, mas resolvi confiar no meu irmão (ou talvez tenha ficado com medo de imaginar o que passava na cabeça dele, em todo o caso permaneci quieta). Eduardo me olhava de vez em quando com o canto do olho e meus pais estranharam nossa atitude, mas também não falaram nada. Quando eu pus meu prato sobre a pia, Dudu sussurrou na minha orelha:
"Você ta pronta?", eu apenas confirmei com um leve movimento da cabeça.